Dez trabalhos (esquerda para direita): Tree, Bub, Cane Toad (Tribute to David Philpot and Bani Abidi), Tennis Crayon, Loud Century, Rind, Honey, Crushed Beehive, Tramp, Peter Goldlust, esculturas em giz de cera, 1999-2000.

Esta imagem chamou minha atenção um dia destes quando olhava o feed de notícias do Facebook. Quem postava a imagem era a fan page do blog Comunicadores.info, no entanto não colocava nenhuma informação relevante como o nome do autor, por exemplo. Aquilo me inquietou, porque penso nas que as páginas pessoais sim que podemos publicar as fotos com autor ou sem, porque é uma troca de imagens mais fluida, casual. No entanto um blog, um site ou qualquer outro tipo de comunicador já deve ter mais responsabilidade na hora de divulgar a informação, não tanto pela questão dos direitos autorais, que só interessa realmente às grandes celebridades ou aos empresários/representantes dos artistas, mas sim para valorizar a autoria e possibilitar, desta maneira, que a informação seja ampliada.

Público observando as pequenas esculturas de Diem Chau, na Galeria Patricia Armocida em Milão, 2012.
Tive o trabalho de baixar a foto para buscar a imagem diretamente em Google Imagens e assim me deparei com o trabalho de 3 artistas: Peter Goldlust, Diem ChauDalton Ghetti, que fazem esculturas em giz de cera e nos grafites de lápis de escrever. Chamou-me muito a atenção porque estes trabalhos, além de serem bem resolvidos estéticamente, ressignificando esses materiais ao converter em suporte o que foi pensado inicialmente para ser um instrumento.
Mãos de Dalton Ghetti trabalhando.
Formado em Belas Artes pelo College of Visual and Performing Arts em 1991, com mestrado em Belas Artes pela School of the Art Institute of Chicago (2001). O artista tem várias exposições e recebeu alguns prêmios pela sua obra, que vai além da escultura de giz de cera, porque o artista também cria painéis em relevo e instalações com criaturas estranhas através das quais encena os impulsos humanos (libidinoso, predatório e monstruoso). Essas obras refletem o interesse do artista por formas híbridas, mutantes e os estados psicológicos disjuntivos que representam.
Beginning of a Beautiful Friendship, Peter Goldlust, cerâmica plástica sobre madeira, 2005
Nas suas esculturas em giz de cera, no entanto, não encontramos todos estes atributos. Este é um trabalho mais delicado e menos conceitual, em que a preocupação do artista foi de criar formas/texturas em um objeto cotidiano e que tem outra função que a de ser esculpido. A beleza e a delicadeza das formas geométricas e dos volumes conseguidos nestas peças tão pequenas e coloridas é o que atrai neste trabalho.
Crazy Mel, Peter Goldlust, escultura em giz de cera, 2000.

DIEM CHAU (1979)
Esta viatnamita e sua família refugiaram-se nos Estados Unidos em 1986. Formada em Belas Artes (2002), está se firmando no cenário artístico com várias exposições internacionais. Seu trabalho atual são peças de porcelanas onde reposam desenhos delicados e minimalistas, elaborados com linha e tecidos.
Bound, Diem Chau, prato de porcelana, organza e linha, 2011
No entanto, como indica em seu blog The pleasure of tiny things (o prazer das pequenas coisas),  Diem é uma apaixonada pelos pequenos detalhes e por isso cria minúsculas esculturas em giz de cera e lápis. Esses delicados e minunciosos trabalhos tem diferentes temáticas: figuras humanas, animais, letras, objetos etc. Frutos de mãos hábeis impresionam pelos detalhes que podemos encontrar.
Símbolos do horóscopo chinês, Diem Chau, 2009, esculturas em giz de cera
DALTON GHETTI
Este artista, radicado nos Estados Unidos, é brasileiro de nascimento. Formado em arquitetura, trabalha reformando casas e como carpinteiro. Super-habilidoso, cria minúsculas e elaboradas esculturas em mina de lápis, criando vazados, volumes e peças interligadas que são verdadeiramente supreendentes.
Esculturas de Dalton Ghetti, lápis.
As peças que se rompem no meio do trabalho são carinhosamente guardadas pelo artista e fazem parte da "Coleção Cemitério": interessantes peças quebradas, coladas em um alfinete e organizadas sob uma base de isopor, dão vida àquilo que poderia ser considerado "morto", afirma o artista (ver: Miniature Art on the Tip of Pencil by Dalton Ghetti)
Coleção Cemitério, Dalton Ghetti, esculturas em grafite.
Alfabeto, Dalton Ghetti, esculturas em grafite.

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